Reino Unido da Liberdade | |
---|---|
Fundação | 5 de julho de 1981 (29 anos) |
Escola-madrinha | Em Cima da Hora |
Cores | verde e branco |
Símbolo | Coroa |
Bairro | Morro da Liberdade |
Presidente | Jairo de Paula Beira-Mar |
Presidente de honra | Bosco Saraiva |
Comissão de carnaval | Shangai Bosco Saraiva Chocolate |
Intérprete oficial | Wilsinho de Cima |
Diretor de bateria | Mestre Iron |
Desfile de 2011 |
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade é uma escola de samba de Manaus.
A Reino Unido da Liberdade surgiu oficialmente em 5 de setembro de 1981, em uma reunião de amigos no bairro Morro da Liberdade. O objetivo inicial era amenizar a violência naquela região, onde os jovens careciam de ocupação.
A escola surgiu na casa de um dos fundadores, Pirulito, na rua Santa Rosa, e participaram da reunião, entre outros, o ex-vereador Bosco Saraiva, Jairo Beira-Mar, Francisco Maciel, Vicente Neto e Mestre Kalama.
Inicialmente eles formaram um bloco de rua que, aos poucos, foi crescendo e ganhando destaque e em 1986 se transformou em escola do Segundo grupo, tornando-se escola do Grupo-Especial em 1987.
Neste meio tempo, a escola acumulou cinco títulos de campeã, sendo três consecutivos, nos anos de 1989, 1995, 1996, 1997 e 1999. O enredo mais famoso e marcante de todos foi “Mãe Zulmira – O Amanhecer de Uma Raça”, lembrado até hoje.
História
No ano de 1981, reunia-se no Morro da Liberdade um grupo de jovens que, com uma visão um pouco mais amadurecida, sentiram a necessidade de interferir no processo histórico do bairro, já que na sua grande maioria eram jovens que tiveram suas infâncias juntos, e que naquele momento também juntos acharam que tinha chegado a hora de se fazer alguma coisa que pudesse mudar a imagem tão desgastada que o bairro tinha.
Com pandeiro e contra-surdo resolveram se unir com objetivo de se formar um bloco de empolgação que viesse de encontro aos anseios de toda comunidade do Morro, que era de ser respeitada, querida e prestigiada por aqueles que ainda não conhecia o seu real valor.
A primeira medida foi de encontrar um local para que fossem realizadas as rodas de samba, tentando com isso despertar primeiro, a atenção da comunidade para com o trabalho que se iniciava. E foi dessa forma que Bosco Saraiva, manteve contato com o então presidente do Libermorro Futebol Clube, para que cedesse a área de lazer da referida sede social, com o serviço de bar pertencendo ao clube, pois aos sambistas só interessava o espaço físico para a execução do ritmo do samba.
E assim, num domingo, dava-se início as rodas de samba. No início as perspectivas eram boas, com pessoas do ciclo de amizades sendo convidadas a prestigiarem o trabalho, facilitando o rápido entrosamento de pessoas, que apesar de se conhecerem não se sentavam na mesma mesa, ou por algum motivo não se falavam, começava ali um trabalho de integração social. Mas o tempo foi passando, e os problemas foram surgindo, haja vista a falta de apoio e de estrutura.
Eram Problemas básicos como a falta de uma aparelhagem de som, que eram sempre alugadas ou emprestadas, mas também começou a falta de ambiente com a direção do Libermorro Futebol Clube, e isso contribuiu para impossibilitar a permanência e a continuidade dos ensaios naquele local. Tudo então parecia acabado, mas por insistência de uma minoria as reuniões continuaram para não dispersar todo o grupo. Mas, estas reuniões passaram a acontecer com menor intensidade, isto quando comparecia alguém. Agora a única esperança era de que asfaltassem o Morro, para que o samba pudesse ser feito na rua “de onde ninguém os tiraria”, uma vez que só possuía asfalto na rua São Benedito (a principal do Bairro), a qual era inviável, por não haver possibilidades de fechá-la. Mas, para o espanto e empolgação dos sambistas, neste mesmo período as máquinas de terraplanagem entravam no Morro, e rapidamente as reuniões voltavam a acontecer, agora com maior intensidade, quando não era na oficina do Abdon, era na casa do Pirulito (Ivamar Nascimento). Algumas pessoas de várias camadas sociais foram convidadas, mas quase nenhuma dessas comparecia, pois, a maioria não acreditava no trabalho. Depois de várias reuniões, marcava-se uma outra na casa do Pirulito, com o objetivo de definir nome, cores e símbolos da nova agremiação.
No início dessa reunião, Bosco Saraiva abriria a mesma com um comentário no qual pedia a todos que se encontravam presentes, que atentassem para sua proposta de que as cores da agremiação fossem verde e branco, que segundo ele, o verde simbolizaria a esperança e o branco a paz, e por achar também que as cores se harmonizavam muito bem na avenida, salientando também, que tais cores não tinham relacionamento nenhum com o Libermorro Futebol Clube. De imediato foram aceitas as considerações feitas por ele. Em seguida passou-se a discutir o nome da agremiação, que após terem sido lembrado nomes como, Acadêmicos da Liberdade, Unidos do Morro, Unidos da Liberdade e outros, prevaleceu outra proposta de Bosco Saraiva: Reino Unido da Liberdade, dizendo ele que, Reino Unido demonstrava a união existente no Morro, principalmente dos dois grupos que formavam o inicio da historia dessa agremiação, e Liberdade, que simbolizaria a democracia, o direito livre de propor e contrapor qualquer decisão que todo sócio teria na Reino Unido da Liberdade.
O símbolo seria uma corôa, que significaria a unificação real de todos esses pensamentos, enquanto que Jairo Beira-Mar completava com o slogan ‘O Melhor Samba’. Marcou-se então uma reunião seguinte, a qual se realizaria na residência do Odilson, onde se formaria a primeira diretoria, ficando como presidente Ivamar Nascimento (Pirulito), aclamado pelos presentes: Elí da Costa Manso, Bosco Saraiva, Bosco Aquino, Jorge Halen (Chocolate) Odilson Gomes, Francisco Maciel (Chico Perneta), Vicente Neto Machado da Costa (Neto Bacurau), Jairo de Paula Beira-Mar, João Antônio da Silva (Maleta), Ozias Mendonça da Silva (Gaia), Gerson Lopes da Costa (Xen-Xen), José Ribamar Saraiva, Zeca do Passo, Francisco Campos dos Santos (Calama) e Roberto Aragão (Dinamite).
Todos os preparativos para o início das rodas de samba foram providenciados, tais como, a liberação da rua Dr. Martins Santana, trecho entre a rua São Benedito e a rua São Pedro, construção do palco, bar, a pintura da rua nas cores verde e branco, a iluminação da rua, sistema de som, enfim, toda ornamentação necessária. E no dia 5 de setembro de 1981, às 21h, dava-se início a primeira roda de samba oficial do G.R.B.C. (Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco) Reino Unido da Liberdade.
Com a rua Dr. Martins Santana completamente tomada pelo público, Zeca do Passo (primeiro puxador de samba oficial da Reino Unido), executava o primeiro samba (do compositor amazonense Chico da Silva), e esta ficou sendo considerada a data de fundação oficial do então Bloco Carnavalesco Reino Unido da Liberdade, por decisão da diretoria. Daí em diante não houve mais paralisações, e aos sábados, a partir das 21h, assim como aos domingos às 16:00, com o tradicional Banho de Samba, o ‘morrista’ tinha um compromisso firmado com o samba e com a Reino Unido. A partir daí a corrente se fortalecia com a chegada de tantos outros que já tinham no coração as cores verde e branca como: Ismar Machado, Caubí, Shazan, Donalber, Alberlane, Abaeté Palha, Arnoldo Cabral, Ivan de Oliveira, Nicéias...
E na segunda-feira gorda de carnaval de 1982, o Reino Unido desfilava o seu primeiro carnaval, com uma média de 600 (seiscentos) figurantes divididos em alas distintas, uma bateria com 40 (quarenta) instrumentos, 04 (quatro) carros alegóricos, idealizados e fabricados pelo artista plástico Pepe Fonnã (primeiro carnavalesco, figurinista e artesão da Reino Unido), e 04 (quatro) destaques, foi com o tema ‘ESPANHA 82, BRASIL TETRA CAMPEÃO’, que o Reino Unido desceu a avenida Djalma Batista conquistando um 4º Lugar.
Títulos
- 1989: Mãe Zulmira, o Amanhecer de um Raça
- Depois de um magoado tropeço no Carnaval de 88, a escola ganha maturidade e outro não poderia ser o resultado a não ser o que se viu na Avenida Djalma Batista naquela manhã inesquecível.
Embalados pelo maior samba de enredo de todos os tempos do Carnaval amazonense, 6.000 componentes unidos a dezenas de milhares de pessoas que se espremiam nas arquibancadas realizaram um dos momentos mais belos da nossa arte popular, num coral harmonioso e perfeito cantando - "Axé Mãe Preta, dê felicidade..."
- 1990: Vem a Mais de Mil
- Ainda sob o efeito do Carnaval do ano anterior, com a Escola ainda maior (7.500) o Reino foi se despedir dos desfiles na Djalma Batista contando a história do Carnaval nos quatro cantos do mundo e desfilou tão grandioso que até parecia que toda a cidade tinha se vestido de verde e branco, subindo e descendo o Morro pra ser bi-campeão...
- 1995: Floresta, Festa, Festanças
- O prenúncio da alegria estava estampado no brilho das estrelas, no canto rouco das arquibancadas e no rolar das lágrimas de emoção que escaparavam dos integrantes, ao ouvirem o grito de guerra do eterno presidente Bosco Saraiva: - "Vai com Deus, meu Reino Unido".
O enredo passeava por todas as festas do interior e se completava com o refrão de Gilsinho e Almeron que profetizava - "... chegar no Carnaval, chorar de emoção, para desfilar no morro e ver meu Reino campeão..." e deu o campeonato.
- 1996: Relato de um Certo Oriente
- Foi o tal do desfile perfeito. as co-irmãs passavam realizando grandes desfiles e a avenida aplaudia e aguardava. no entanto, na "cabeça" da avenida o Reino entoou seu canto no samba de Chocolate e Paulinho Carvalho, e a alegria se fez perfeição.
- 1997: Se Navegar é Preciso, Vou de Caravela
- O Reino foi tri-campeão, com o samba de Chocolate e Paulinho Carvalho, que repetiram a dose do ano anterior e presentearam o povo do morro com uma bela viagem de caravelas a mando do Rei da Espanha. a galera explodiu, pegou geral e de "caravelas" agitou e fez-se do Carnaval. A emoção tomou conta da razao. mais de 30.000 pessoas foram ao Morro comemorar e o povo do Morro se fez feliz...
- 1999: Armando Brasileiro
- Num ano conturbado para o carnaval, a Reino Unido conseguiu o título homenageando o português Armando, proprietário do Bar do Armando, que é um popular local de encontro de intelectuais, jornalistas, universitários, juízes e artistas diversos da cidade de Manaus.
-
Enredos
Reino Unido da Liberdade Ano Colocação Grupo Enredo 1984 2º lugar Acesso Morro Bandeira do Samba 1985 Campeã Acesso Levanta e Canta, O Reino Unido Vai Passar 1986 Campeã Acesso Eduardo Ribeiro, O Pensador 1987 4º lugar Especial Hoje a Arte Vai Brilhar 1988 2º lugar Especial Conta Amazonas 1989 Campeã Especial Mãe Zulmira, o Amanhecer de um Raça 1990 Campeã Especial Vem a Mais de Mil 1992 3º lugar Especial A Festa Continua 1993 Vice-campeã Especial Doce Vida 1994 4º lugar Especial A Saga do Sonho Perdido Contra os Guardiões do Medo 1995 Campeã Especial Floresta, Festa, Festanças 1996 Campeã Especial Relato de um Certo Oriente 1997 Campeã Especial Se Navegar é Preciso, Vou de Caravela 1998 3º lugar Especial Malandro Sou Eu 1999 Campeã Especial Armando Brasileiro 2000 4º lugar Especial Nem Guarany... Nem Guaraná... 2001 Vice-campeã Especial A Volta que o Conde D'eu 2002 7º lugar Especial Divina Cachoeira 2003 3º lugar Especial André Araújo - Muito Mais que uma Avenida 2004 3º lugar Especial Te Vejo, Te Desejo, Te Beijo! Tudo é Carnaval 2005 5º lugar Especial Energia da Luz que Conduz ao Reino Unido que me Seduz 2006 Vice-campeã Especial Meu Riacho... Se Vida Era, Vida Será 2007 Vice-campeã Especial Ópera na Floresta 2008 3ºlugar Especial Justa e Perfeita: a Libertação da Negra Raça no Amazonas 2009 Vice-campeã Especial O Centenário dos Aprendizes Artífices no Reino do Saber, do Samba, e da Alegria 2010 Vice-campeã Especial O Morro Canta, o Amazonas se Encanta com a Saga do Boto que Navegou Sem Medo - fonte:wikipedia